O que é uma start-up digital?
Uma start-up é uma empresa cujas operações se encontram numa fase inicial. O termo refere-se normalmente a uma empresa que se encontra em processo de ajustamento produto-mercado, experimentando a segmentação de clientes e trabalhando no sentido de alcançar uma margem contributiva positiva.
Uma start-up é um pequeno negócio?
Durante muito tempo, os investidores descreveram as start-ups como versões mais pequenas das grandes empresas. Contudo, há um conjunto de questões organizacionais e ideológicas que devem ser consideradas, uma vez que existe uma grande diferença em termos de estratégia de financiamento para uma start-up, para uma pequena empresa e para uma grande empresa.
Uma start-up constitui uma estrutura temporária cujo principal objetivo é procurar um modelo de negócio replicável e escalável. Por conseguinte, um fundador de uma start-up desempenha três papéis essenciais:
- concebe o serviço ou produto e as suas caraterísticas específicas;
- cria um conjunto de hipóteses sobre todos os componentes do modelo de negócio (por exemplo: Quem são os clientes? Quais são os canais de distribuição? Como construir e financiar a empresa?);
- valida se o modelo escolhido é ou não correto, avaliando nomeadamente se o comportamento dos clientes está de acordo com a previsão do modelo de negócio (o que raramente ocorre).
Depois de validada a viabilidade do modelo de negócio, é tempo de avançar. A start-up tem de passar a produzir resultados e implementar processos, o que resulta frequentemente em perdas na agilidade e inovação que caraterizou o início do negócio.
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O que se deve saber antes de criar uma start-up?
Uma start-up não é um tipo de negócio; é uma fase. Corresponde ao momento em que o objetivo dos seus fundadores é encontrar e validar um modelo de negócio adequado à sua expansão e replicação, recorrendo a tecnologia atualizada. As start-ups são criadas para crescerem, o que explica por que razão são, na sua maioria, empresas tecnológicas que procuram alcançar mais pessoas através da tecnologia.
As start-ups não são apenas para os jovens. De acordo com vários estudos, a idade média das equipas fundadoras de start-ups varia entre os 35 e os 44 anos de idade. Além disso, 70% dos fundadores eram casados quando iniciaram a sua primeira start-up e 60% tinham, pelo menos, um filho.
O insucesso faz parte do processo. Tal como noutras áreas da vida, algumas ideias podem nunca materializar-se (por exemplo, devido a pouca de procura no mercado). Mas um empreendedor não deve desistir, no caso de acreditar que pode avançar de outra forma ou em circunstâncias diferentes. Os empreendedores assumem riscos e dedicam-se a processos de experimentação para obter respostas reais e para ultrapassarem problemas e obstáculos.
Trabalhar arduamente não garante o sucesso, mas trabalhar com inteligência sim. Nove em cada dez start-ups falham. As probabilidades não favorecem os empreendedores, sendo poucos aqueles que de facto conseguem ser bem-sucedidos. E mesmo esses provavelmente já tentaram abordagens diferentes e falharam antes de alcançarem o sucesso.
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Uma start-up resolve um problema através de uma solução (produto e/ou serviço) que os clientes irão pagar (ou utilizar). Assim, o fundador deve manter uma relação muito estreita com potenciais clientes, que devem ser seus mentores, conselheiros e investidores. Um empreendedor deve levar a sério a execução das suas ideias. Por conseguinte, os atrasos não são justificáveis, uma vez que o encontro com as necessidades dos clientes é um passo crucial para a validação qualitativa das start-ups.
Vencer o receio de falhar. Quando as receitas crescem constantemente, se não exponencialmente, quando há investidores interessados e talentos dispostos a trabalhar gratuitamente, o medo não pode interferir. É fundamental evitar atrasos e tomar as medidas necessárias para continuar a avançar, com empenho e resiliência.
Conhecer os números. Não é necessária uma formação especializada em estatística ou finanças, se as métricas forem claras e puderem ser facilmente aprendidas. Conceitos como rendimento, receita, taxa de crescimento, ponto de equilíbrio, margem e outros, devem ser familiares para todos os start-uppers. As grandes decisões podem revelar-se as melhores se forem informadas por números.
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As start-ups nem sempre são sobre inovação. Associamos frequentemente as start-ups à inovação, mas esta ideia pode ser enganadora. Nem todas as start-ups em crescimento e a gerarem lucro são inovadoras. Existem outras estratégias para resolver problemas e responder a necessidades não satisfeitas: replicar, reestruturar ou atualizar as soluções existentes. A replicação acontece quando um modelo existente é levado a uma nova condição. A reestruturação tem que ver com a adoção de um modelo existente para encontrar novas soluções. E a atualização é quando se melhoram o desempenho e a qualidade de um modelo existente, tornando-o mais competitivo.
Qualquer pessoa pode começar em part-time, mas só pode crescer em full-time. O início de uma start-up é mais uma atitude do que um esforço. Depende da vontade de encontrar respostas e de provar que uma ideia de negócio é viável. Ter 100-200 potenciais utilizadores que possam testar um produto e partilhar o seu feedback e input para validá-lo, é o ideal para construir uma estrutura empresarial sólida. Mesmo que tal seja feito em part-time, é uma forma de compreender as possibilidades futuras e as necessidades de investimento, e uma oportunidade para os empreendedores se empenharem plenamente e atualizarem o produto.
As coisas nunca correm como planeado. A abertura à mudança é um imperativo para os start-uppers. A maioria das start-ups acabam por fazer algo bastante diferente do que pretendiam inicialmente. Isso é normal e não está relacionado com falta de conhecimentos ou experiência prévia na indústria. Manter-se fiel à ideia ou plano original pode levar a retrocessos, uma vez que pode ser muito mais frutífero explorar ideias diferentes e melhores. Estar aberto à mudança é fundamental, em qualquer ponto do processo, independentemente do quanto se tenha conseguido já alcançar.
Não é necessário ser um génio em start-ups para criar um negócio de sucesso. Aprender sobre as start-ups e as boas práticas não requer meses ou anos de estudo, assistir a conferências e cursos intermináveis ou procurar aconselhamento especializado, etc. Talvez seja melhor identificar três a cinco fontes de confiança (por exemplo, livros, blogues, workshops), para obter informações e conhecimentos à medida que a start-up vai evoluindo.
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Se quer realmente criar uma start-up, faça-o. Na maioria das vezes, a determinação é um antídoto para o fracasso. O sucesso nos negócios requer tempo, esforço e um forte impulso para superar os contratempos. Criar uma start-up apenas para se divertir dificilmente terá um final feliz. Já quando uma start-up é estabelecida com um objetivo de aprendizagem e/ou como um projeto paralelo, as coisas podem ser diferentes. Mas as start-ups mais bem-sucedidas são aquelas que são construídas sobre uma necessidade pessoal. Portanto, aqueles que têm um sentimento de urgência para resolver um problema são os melhor posicionados para criarem start-ups bem-sucedidas.
Diferentes tipos de start-ups
As empresas são construídas seguindo diferentes estratégias e objetivos distintos e são classificadas em conformidade com isso. O mundo das start-ups é semelhante e existem seis tipos principais de start-ups:
- start-ups de estilo de vida empreendedor: trabalhar para viver uma paixão;
- pequenas start-ups: trabalhar para alimentar a família;
- start-ups escaláveis: nascidas para se tornarem grandes;
- start-ups compráveis: que devem ser vendidas depois de terem gerado valor;
- grandes start-ups: inovar ou evaporar-se (empresas com um produto revolucionário que pretendem ser globais);
- start-ups sociais: impulsionadas pelo desejo de fazerem a diferença.
Independentemente do tipo de start-up, todas elas são temporárias, como mencionado anteriormente: as start-ups devem inovar e criar continuamente novas soluções (produtos e/ou serviços), para conseguirem crescer. Caso contrário, transformar-se-ão em pequenas empresas ou, no pior dos casos, extinguir-se-ão devido à falta de mercado e de clientes.
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A diferença entre uma start-up e uma start-up digital
Agora que tem uma visão geral sobre o que são start-ups é altura de compreender o que é uma start-up digital.
Uma start-up é designada de digital quando os seus principais ativos estão ligados ao investimento tecnológico e quando a sua proposta de valor se baseia em, pelo menos, um dos seguintes itens:
- processos comerciais automatizados, utilizando hardware e software, como a plataforma de viagens Amadeus
- exploração de dados para produzir serviços, como o Facebook
- oferta de serviços online, associados ou não a bens comerciais ou outros serviços, como faz a Uber
- permissão de transações financeiras através de plataformas seguras, como o PayPal
As start-ups digitais revelaram-se vitais para impulsionar a mudança tecnológica. Prestam serviços inovadores e pretendem continuar a desenvolver e/ou experimentar novos produtos e serviços. Consequentemente, as start-ups digitais requerem várias injeções de financiamento para desenvolver os seus projetos e fomentar o seu crescimento, aumentando a sua relevância e quotas de mercado. E quando uma start-up cresce, deixa de ser uma start-up para se tornar uma start-up escalável.